Na Assembleia Geral dos pós-graduandos da UFRGS do dia 17/05/2012, foi feita, por parte dos delegados presentes e das pessoas que participaram autonomamente do evento, a avaliação do 23° Congresso Nacional dos Pós-graduandos que ocorreu de 3 à 6 de maio na Universidade Federal de São Paulo. Alguns aspectos foram recorrentes nas falas dos delegados os quais destacamos abaixo:
1 - Sobre a disposição das palestras ou mesas em que se fizeram presentes autoridades da CAPES, CNPQ, MEC, IPEA, MCT entendemos que ouve um grave desequilíbrio entre o tempo e oportunidade de fala cedida para as autoridades em relação ao tempo que os pós-graduandos tinham para perguntar, contrapor ou colaborar com o debate. Sempre que as autoridades terminavam suas longas intervenções, algumas inclusive sobre temas de amplo conhecimento dos estudantes, rapidamente tinham que se retirar dos espaços de diálogo fazendo com o processo de troca saísse empobrecido e quase sem sentido. Se tratando de um evento de pós-graduandos esses deveriam ter um papel de maior protagonismo, tendo direito a mais tempo de fala e que fosse possibilitado, no mínimo, a réplica dos gestores públicos.
2 – O tempo para os grupos temáticos de trabalhos foi somente o de um turno, no caso a noite de sexta-feira 04/05. Os delegados da UFRGS manifestam insatisfação com esse curto tempo dedicado a questões tão amplas e complexas como as que tratavam os eixos temáticos. Além disso, o fato de que os grupos aconteciam simultaneamente possibilitou que os delegados participassem apenas de um debate. Acreditamos que no mínimo dois turnos deveriam ser reservados para os grupos de trabalho.
3 – Outro aspecto organizacional problemático é que o cronograma das atividades do congresso disponibilizado no site da ANPG não foi cumprido, tendo em vista que a plenária final que tinha previsão de ocorrer no domingo dia 06/05 se deu no sábado e findou juntamente com evento neste dia.
4 – A plenária final teve uma condução muito confusa, algumas propostas de modificação, supressão ou acréscimo de questões ao texto base do congresso não chegaram a chamada Comissão de Sistematização. Está por sua vez não soube conduzir os trabalhos no sentido de adaptar e organizar as propostas que chegaram tanto dos delegados individualmente, quanto dos grupos de trabalho. O método de somente aprovar ou reprovar as propostas sem a possibilidade de argumentar ou colaborar com a pauta que estava sendo debatida se mostrou impeditivo de uma discussão mais ampla. A plenária final e a forma como foi conduzida representou mais um momento de silenciamento daqueles pós-graduandos que tinham alguma interpretação dissonante ou que gostariam de usar a palavra na plenária tendo em vista o reduzido espaço para que se pudesse se expressar durante todo o congresso.
Essas foram algumas observações críticas que os delegados fizeram na assembleia geral da APG da UFRGS. No que tange aos aspectos mais políticos, foi comum nas falas dos mesmos o destaque de que se mostra muito visível o aparelhamento político partidário que a ANPG vem sofrendo, o que coloca em risco o grau de autonomia da associação em relação ao governo federal e às agências nacionais de fomento a pesquisa.
Não foi negada ou desconsiderada a opção e atuação partidária de colegas da pós-graduação. Considera-se compreensível que indivíduos e grupos políticos atuem no movimento estudantil da pós-graduação. A crítica, entretanto, refere-se ao aparelhamento partidário, à tentativa de hegemonizar o debate, as pautas e as resoluções de um encontro que se propõe representativo da pós-graduação do país.
Porto Alegre, 21 de maio de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário