A Associação de Pós-Graduandos da UFRGS repudia as ações violentas cometidas por policiais e guardas municipais, na madrugada do dia 05 de outubro, contra os manifestantes do movimento "Em Defesa da Alegria" presentes no Largo Glênio Peres, de Porto Alegre. Participavam desta manifestação três membros de nossa gestão "Todos em Movimento", que presenciaram e comprovaram a truculência e a total ausência de respeito aos preceitos democráticos por parte dos agentes policiais
Para além da violência vivenciada durante a repressão, foi negada aos nossos membros a informação sobre quem eram os manifestantes detidos, assim como lhes foi impedido (por meio de empurrões) de permanecer em frente à Delegacia, espaço público, para acompanhar a situação. Presenciou-se também o descaso dos agentes para com os feridos, que tardiamente receberam auxílio médico.
Partimos do pressuposto constitucional de que manifestações públicas são um direito da população e todos os espancamentos, intimidações, tiros de "efeito moral", xingamentos e apropriações indevidas de equipamentos de comunicação e/ou filmagem pertencentes aos manifestantes, são injustificáveis e inadmissíveis. Ao atacar as pessoas que estavam registrando a ação, vê-se que o acontecimento não foi uma "reação proporcional à violência contra policiais", como disse o major André Luiz Córdova (http://sul21.com.br/jornal/2012/10/autoridades-divergem-sobre-repressao-da-bm-a-manifestacao-em-porto-alegre/), mas uma clara tentativa de esconder o abuso de autoridade para evitar as punições devidas, além de manipular as informações de forma a criminalizar o movimento frente à opinião pública.
Mais absurdas ainda são para nós as agressões quando analisamos a sua causa: proteger - com um batalhão de 60 policiais militares - um “tatu-bola” inflável, mascote da Copa de 2014[1]. Ora, de forma alguma enquadramos referido objeto como sendo um patrimônio de valor artístico/cultural de nossa cidade. Pelo contrário, consideramos a sua presença no Largo Glênio Peres como um claro exemplo de privatização dos espaços públicos de nossa cidade: boa parte do espaço utilizado anteriormente para a circulação de pessoas foi “cedido”, sem qualquer consulta popular prévia, para uma multinacional (Coca-Cola) colocar um boneco de 7 metros de altura que, fazendo referência à Copa do Mundo, trazia estampado a sua marca.
Diante do exposto, solidarizamo-nos com todos os manifestantes do movimento “Em Defesa da Alegria” e juntamo-nos à luta pela punição dos policiais e guardas municipais responsáveis pelas agressões ocorridas. Lembrando que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem inúmeros membros de sua comunidade acadêmica que foram perseguidos, torturados, mortos ou desaparecidos durante o período ditatorial de nosso país, consideramos imprescindível a nossa participação e a nossa defesa pela livre manifestação popular e o fim de qualquer forma de repressão e violência policial/militar contra cidadãos em nossa sociedade.
[1] Nestes links há os registros do momento exato em que se iniciaram as agressões policiais em defesa do boneco:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.4113468069070.2148354.1054216290&type=1Para além da violência vivenciada durante a repressão, foi negada aos nossos membros a informação sobre quem eram os manifestantes detidos, assim como lhes foi impedido (por meio de empurrões) de permanecer em frente à Delegacia, espaço público, para acompanhar a situação. Presenciou-se também o descaso dos agentes para com os feridos, que tardiamente receberam auxílio médico.
Partimos do pressuposto constitucional de que manifestações públicas são um direito da população e todos os espancamentos, intimidações, tiros de "efeito moral", xingamentos e apropriações indevidas de equipamentos de comunicação e/ou filmagem pertencentes aos manifestantes, são injustificáveis e inadmissíveis. Ao atacar as pessoas que estavam registrando a ação, vê-se que o acontecimento não foi uma "reação proporcional à violência contra policiais", como disse o major André Luiz Córdova (http://sul21.com.br/jornal/2012/10/autoridades-divergem-sobre-repressao-da-bm-a-manifestacao-em-porto-alegre/), mas uma clara tentativa de esconder o abuso de autoridade para evitar as punições devidas, além de manipular as informações de forma a criminalizar o movimento frente à opinião pública.
Mais absurdas ainda são para nós as agressões quando analisamos a sua causa: proteger - com um batalhão de 60 policiais militares - um “tatu-bola” inflável, mascote da Copa de 2014[1]. Ora, de forma alguma enquadramos referido objeto como sendo um patrimônio de valor artístico/cultural de nossa cidade. Pelo contrário, consideramos a sua presença no Largo Glênio Peres como um claro exemplo de privatização dos espaços públicos de nossa cidade: boa parte do espaço utilizado anteriormente para a circulação de pessoas foi “cedido”, sem qualquer consulta popular prévia, para uma multinacional (Coca-Cola) colocar um boneco de 7 metros de altura que, fazendo referência à Copa do Mundo, trazia estampado a sua marca.
Diante do exposto, solidarizamo-nos com todos os manifestantes do movimento “Em Defesa da Alegria” e juntamo-nos à luta pela punição dos policiais e guardas municipais responsáveis pelas agressões ocorridas. Lembrando que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem inúmeros membros de sua comunidade acadêmica que foram perseguidos, torturados, mortos ou desaparecidos durante o período ditatorial de nosso país, consideramos imprescindível a nossa participação e a nossa defesa pela livre manifestação popular e o fim de qualquer forma de repressão e violência policial/militar contra cidadãos em nossa sociedade.
[1] Nestes links há os registros do momento exato em que se iniciaram as agressões policiais em defesa do boneco:
https://www.facebook.com/photo.php?v=334591989970960
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